sábado, 23 de abril de 2011

Coluna: Suplemento Underground


Ézio Sauco*


Quando retornei do autoexílio  soube da explosão da cultura pop japonesa no Brasil,  fiquei intrigado. Que fenômeno era aquele? Como aconteceu? Por quê? Quais suas características?
Foi quando me aproximei dos otakus, visitei o Japan Project em busca de respostas, mas a magia naquele local era tão agradável, os sonhos eram tão concretos que deixei estas indagações de lado e adentrei no “portal mágico1, como um forasteiro, obviamente.
Mesmo este movimento sendo grande e atingir as principais capitais do Brasil, ainda era/é segmentado – característica da sociedade globalizada -. Pensei que esse fenômeno seria a oportunidade certa para a mídia investir nesse publico novamente; talvez o caminho seja inverso, a falta do produto animê na mídia tenha originado esse grupo. É uma relação complexa, pois devemos analisar também o atual rumo da TV (mídia), da sociedade e dos otakus, e como se da o encontro entre eles. A sociedade mudou muito dos anos 90 para cá, a popularização da internet é, sem dúvida, um dos principais fatores que determinou o surgimento do grupo.
O fato é que a TV continuou a mesma, mas agora censurada pela tal classificação, concorrendo com a internet, e o aumento do número de títulos de mangás no Brasil, os animês perderam Ibope. E aonde tudo isto vai parar é sabido de todos nós!  A jornalista Sandra Monte (A presença do animê na TV brasileira) fala também sobre outro elemento fundamental: os títulos são mal trabalhados perante o publico. Ela cita como exemplo de animação bem trabalhada (Martinking) Ben 10.
Voltando ao objetivo principal de eu estar escrevendo este texto; esse fenômeno que exalta a cultura pop japonesa e mudou a definição nerd no Brasil, começou a ser estudado na academia. Mostrando assim sua relevância perante a sociedade. O que muita gente dizia ser apenas uma brincadeira é agora assunto de dissertação de mestrado, de muitas  pesquisas e alguns livros. Que respondem minhas perguntas.


1 O jornalista Marcelo Fialho assim se referiu a entrada do evento Japan Project.
* Estudante de Letras da Universidade Federal do Pampa.

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